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quarta-feira, 31 de agosto de 2016

Série Passos na Fotografia - Conceitos Básicos - Como Segurar a Câmera

Talvez seja algo natural para alguns, mas nem tanto para outros. Para quem está acostumado a fotografar com câmeras compactas ou smartphones, segurar uma DSLR pode não ser um ato tão natural, já que a ergonomia é muito distinta. Peso e balanço entre corpo da câmera e lente devem ser levados em conta para segurar a câmera da maneira mais estável possível e conseguir mais nitidez nos resultados. Há diversos textos e artigos disponíveis internet afora sobre o assunto, mas é possível que o usuário tarde em sentir esta necessidade, principalmente se é amador com pouco tempo disponível para praticar o hobby. Portanto, este post visa alertar os desavisados a respeito deste tema, pontuar alguns benefícios decorrentes de prestar mais atenção à maneira como se segura a câmera e fornecer algumas fontes interessantes para consulta.

Recomendo segurar bem o grip da câmera com a mão direita e apoiar a lente de maneira firme com a mão esquerda, envolvendo-a com os dedos. Fotografar utilizando o viewfinder resulta em um apoio extra à estabilidade.

Idealmente, a melhor condição para estabilizar uma câmera e conseguir a maior nitidez possível é utilizando um bom tripé como suporte. Fora disso, haverá impacto de movimentos em menor ou maior escala e que afetarão a imagem de alguma maneira. As principais variáveis fotográficas que influenciam os efeitos da falta de estabilização em uma foto são distância focal e velocidade do obturador.

Distância focal: Em linhas gerais, usa-se distâncias focais curtas para objetos próximos e longas para objetos distantes. Um dos resultados disso é o impacto do movimento da câmera na nitidez da imagem obtida. Uma analogia para o que ocorre seria um "efeito de torque", a distância maior amplifica a força exercida em um dos extremos. Ou, uma emprestada do site Cambridge in Colour, imaginar o efeito de balançar uma luz de laser em um objeto próximo vs um objeto distante.

Velocidade do obturador: A velocidade do obturador é escolhida, além de buscar a exposição correta, com base no movimento do assunto; se o objetivo é paralizar os movimentos, quanto mais rápido se move o objeto, mais rápida deve ser a velocidade do obturador. Para objetos estáticos não existe esta limitação de movimento. Entretanto, devido aos movimentos voluntários e involuntários do próprio fotógrafo, a velocidade não pode ser muito baixa, pois acentuaria a perda de nitidez na imagem.

A regra prática, neste caso, é não usar uma velocidade de obturador inferior à distância focal utilizada, considerando sensor full frame (35mm). Ou seja, para uma distância focal de 100mm, deve-se considerar uma velocidade mínima de 1/100s. Em caso de câmeras com sensores menores, o fator de crop deveria ser aplicado. Por exemplo, para uma câmera com sensor APS-C da Nikon cujo fator de crop é de 1.5, a velocidade mínima para uma distância focal de 100mm seria de 1/150s.

Quanto maior a distância focal, maior será o problema. É fácil perceber este efeito do movimento da câmera quando usamos o zoom óptico de compactas, superzoom ou até mesmo de celulares. Qualquer pequeno movimento é amplificado e a imagem sai borrada. As lentes com redução de vibração (VR, VC, IS, etc.) prometem reduzir os efeitos da vibração, axiliando o fotógrafo em situações de pouca luz. A prática de cada um com a própria lente vai determinar qual o seu limite mínimo. Particularmente, como uso câmera cropada (fator de 1.5x), considero sempre o mínimo de 2x a distância focal por garantia. Em situações do cotidiano, ao usar distâncias focais normais ou grande angulares em boas condições de luz, a velocidade estará muito provavelmente dentro do aceitável.

Algumas boas práticas difundidas para nos auxiliar nesta tarefa de conseguir fotos mais nítidas e, dentro das possibilidades de cada um, reduzir a velocidade de obturador utilizadas baseiam-se em estabilização e controle do próprio corpo.

Posição dos braços: para ajudar a estabilizar a pegada da câmera, uma das técnicas usuais é manter os cotovelos juntos, aumentando o apoio para suportar o peso do conjunto.

Apoio do corpo: uma outra forma de ajudar na estabilização corporal é apoiar-se em uma superfície sólida quando possível, seja apoiando-se em uma parede, sentando-se, ajoelhando-se no chão, etc.

Cotovelos próximos e juntos ao corpo e costas apoiadas na parede

Intervalos da respiração: alguns preferem prender após a inspiração e disparar, outros disparar logo após a expiração. Para mim, acho que funciona melhor pressionar o botão após expirar.

Pressão sobre o botão de disparo: pressionar o botão de forma sutil em lugar de um aperto com impacto também funciona melhor. Em geral, mantenho o dedo já apoiado na superfície do botão, não a ponta mas já a parte mais plana da falange com o dedo praticamente na horizontal, apenas finalizando o clique no momento escolhido.

Espero que o post sirva de alerta aos que ainda não se atentaram a este pequeno detalhe que interfere diretamente nos resultados, afetando a nitidez em casos mais sutis ou mesmo resultando em fotos borradas em casos extremos. Também, quando se fotografa com grandes aberturas e consequente pouca profundidade de campo, manter a estabilidade no momento do clique é fundamental para conseguir manter o foco no local desejado. Se tem uma combinação de distancia focal longa e grande abertura, a coisa torna-se um pouco mais crítica.

Encontrar a melhor maneira de segurar a câmera é algo bastante pessoal, motivo pelo qual deixo abaixo alguns links interessantes como referência para este tema.

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