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quinta-feira, 10 de abril de 2014

Série Passos na Fotografia - Conceitos Básicos - Exposição

Dando continuidade à Série Passos na Fotografia, que iniciei como uma revisão do processo de aprendizado fotográfico (aqui) e teve o seu último post sobre escolha de equipamentos (aqui), serão abordados neste post alguns conceitos que considero os mais básicos quando se inicia no mundo da fotografia digital. A ideia apresentar um resumo do meu entendimento sobre cada tema e, principalmente, listar algumas fontes de conteúdo que ajudarão a iniciantes que, assim como eu, estejam trilhando um caminho autodidático dentro da fotografia. 

Como já havia dito em postagem anterior, o primeiro passo ao se adquirir uma câmera é ler o seu manual para entender como funcionam e identificar como ajustar configurações básicas, como ajustes de qualidade de imagem, do sistema de medição de luz, sistema de foco e ajustes de exposição. Sabendo-se, porém, do que se trata cada um desses ajustes torna a tarefa mais fácil e, certamente, potencializará o uso das informações do manual e vice-versa.

Exposição


A exposição de uma foto define como ela será capturada pela câmera, quando, geralmente, deseja-se que a mesma saia com a iluminação adequada - nem escura, nem clara demais. É resultado da combinação de três elementos que compõem o chamado triângulo da exposição: abertura do diafragma, velocidade do obturador e ISO. A abertura do diafragma é uma característica da lente, enquanto a velocidade do obturado e ISO da câmera.


Abertura do diafragma: como já exemplificado aqui, a abertura do diafragma  de uma lente é o seu diâmetro efetivo no momento da captura da imagem. Trata-se de um valor relativo à distância focal, geralmente expresso  como f/A, onde A = DF/DD (A = abertura, DF = distância focal, DD = diâmetro do diafragma). Para efeitos de exposição, quanto maior a abertura, mais luz a lente deixa passar para o sensor da câmera e, portanto, mais clara fica a foto. A abertura do diafragma interfere, também, na profundidade de campo da captura. 

Velocidade do obturador: é a velocidade com que a câmera abre e fecha a sua cortina, limitando o tempo em que o sensor fica exposto à luz. A velocidade do obturador é igual a 1/VO, em que VO (velocidade do obturador) é o número que se vê no LCD da câmera. Para efeitos de exposição, quanto maior a velocidade, menos luz entra na câmera e, portanto, mais escura fica a foto. A velocidade do diafragma interfere na captura de movimentos, se este ficará congelado ou borrado na foto. 

Velocidade de ISO: expressa, essencialmente, a sensibilidade do sensor à luz, determinando quanta luminosidade será gravada pelo sensor durante o tempo da exposição. Para efeitos de exposição, quanto maior o ISO, mais luz é captada pelo sensor e, portanto, mais clara fica a foto. Como o aumento de ISO é feita aplicando-se um ganho no ISO base do sensor, geralmente 100 ou 200, o uso de ISO elevado em situações de baixa luminosidade resultam em ruído na imagem capturada. O nível de ruído aceitável dependerá do nível de luz, modelo da câmera e gosto do fotógrafo. Em termos gerais, quanto maior o sensor da câmera, melhor ela se comporta em situações de ISO elevado em baixa luminosidade.

Uma boa maneira que vejo para entender a relação entre os três componentes do triângulo da exposição é fazer fotos mantendo-se dois componentes fixos e mudar apenas uma das variáveis, observando o resultado a cada passo. Por exemplo, com luz ambiente disponível, de preferência durante o dia por estar mais claro, focar em um objeto sobre uma mesa e fazer os testes. É um bom exercício também para visualizar a influencia da abertura na profundidade de campo e, também, testar o comportamento do ruído nas imagens à medida em que se aumenta o ISO. Para testar os efeitos da velocidade seria interessante fazer o teste com objetos móveis, como pássaros ou crianças jogando bola, por exemplo.

Sistema de Medição de Luz


Para melhor realizar exposições em sua câmera, é importante entender como o seu sistema de medição de luz funciona. O fotômetro das câmeras digitais realiza medição da luz refletida pelo assunto e não a luz efetivamente incidente. Isso poderia ser feito com um fotômetro de mão, mas sabendo-se usar o fotômetro da câmera é mais que suficiente.

Falando-se de DSLRs e outras câmeras avançadas, a medição do fotômetro é mostrada em uma escala que vai de subexposto (-), passando pelo zero (0), até o superexposto (+). Geralmente, uma boa exposição é alcançada com a marcação em zero. Inclusive, é comum ler internet afora a expressão "zerar o fotômetro". Porém, pelo fato de se medir a luz refletida em vez da luz incidente, o fotômetro da câmera pode ser induzido a erros a depender da cor do assunto. Geralmente, assuntos predominantemente brancos, como um vestido de noiva, leva o fotômetro zerar em uma exposição subexposta por ser enganado pela alta reflexão do assunto. Enquanto, assuntos predominantemente negros, levam o fotômetro a zerar com uma superexposição. Portanto, é necessário analisar bem a cena para se determinar qual seria o melhor posicionamento do fotômetro, além de conhecer os modos de medição disponíveis em sua câmera. Existe bastante material online a respeito dos modos de exposição, principalmente, para Canon e Nikon. Mas, nada como uma boa lida no manual para conhecer os que estão disponíveis no seu modelo/marca.

Para o assunto abordado, recomendo a leitura dos tutoriais encontrados nos sites Cambridge in Colour e Digital Photography School. Além de serem bastante compreensíveis, nesses sites existem diversos outros temas importantes e interessantes sobre fotografia. Sobre este tema, li também o livro Understanding Exposure de Bryan Peterson, que é bastante esclarecedor e intuitivo para quem está começando.

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